Escolhi


Fizeste-me escolher.

Quiseste assim, encostaste-me à parede, deste-me a escolher, e eu escolhi e tu fodeste-te. E o que ganhaste com a tua estupidez? Magoaste-me, magoaste-te, e agora dou comigo a morder o lábio para não chorar ao ver-te...

Sim, fodeste-te. Perdeste o que mais amavas no mundo, a tua razão de viver, como dizias. No entanto ainda vives, e cada vez melhor ao que parece...

Eu ainda te amo, sabias? Foste parvo, foste estúpido, burro, um grandessíssimo cabrão, e todos os outros nomes de que me vou conseguindo lembrar, mas amo-te mesmo assim e não creio que alguma vez deixe de o fazer (Se fosse a ti riscava essa hipótese, não é verdade?) E dói quando passas por mim como se não me conhecesses, quando finges que não sou ninguém para ti e ambos sabemos o que t(iv)emos. Dói mais do que discutir contigo todos os dias (discutindo sabia que era alguém, é a incerteza que me mata), mais do que me teres obrigado a escolher, mais até do que ter escolhido... Mas dói ainda mais fingir que não me importo com isso!

Mas já não falo de ti, sabes? Já deixaste de ser o meu tópico principal (e preferido) de conversa, agora reprimo-te. Faço por ignorar o teu nome sussurrado na minha cabeça a cada segundo, tento calar esse grito incessante do coração em meu sangue, a fluir em mim, a querer sair por cada poro da minha pele. Tento abafar todas as comparações a ti (que no fundo são inúteis...), tento até pôr um sorriso quando as minhas tentativas são falhadas. Aí, encolho os ombros descontraidamente e finjo (também eu) que és ainda menos que ninguém, que és apenas mais um, igual a todos os outros. Mas sabes que mais? Não vale a pena fingir.

Porquê?

"Porquê? Porque te amo?" Pergunto-me todas as manhãs quando o meu primeiro pensamento consciente te alcança, pergunto-me sempre que te vejo, fisica ou mentalmente (e acredita que feitas as contas são muitas as vezes) e me deparo com um sorriso e uma aura de Amor sincero e inocente. Não o pergunto num sentido prejurativo ou depreciativo, mas sim no sentido natural da pergunta: o da incompreensão. E é com esta incompreensão a fazer-se notar em todos os meus gestos, a transpirar em cada palavra minha, que me vou perguntando porquê... Porquê este Amor, porquê esta dependência, porquê tão voluntário?
Envio-te um toque de saudade e logo atiro os braços e sempre a mesma pergunta para o ar: porquê? Porquê a renúncia dum sorriso na tua ausência, porquê o fim do Mundo para mim, porquê perdida em e sem ti?
Os meus olhos tocam-te, banham-te ternamente, tão ternamente como lágrimas de um amante chovendo de uma estrela sobre a aurora, e inundam-se de contentamento e felicidade arduamente contida. Mas porquê todo este orgulho e Amor mal disfarçados?
Sorris-me calorosamente. Ganho um sorriso e uma repetição mental: porquê? Porquê toda esta felicidade em mim, porquê este esquecimento natural?
Um leve beijo em tua face e um desejo inocente de mais. E a pergunta, sempre a pergunta... Porquê esta necessidade de te ter em meus braços, porquê esta incapacidade de te largar?
É mais um dia em que me acalmo com a tua presença, mais um para o qual só me sinto preparada porque tu me fazes forte. Mas porquê esta fraqueza sem a tua mão, porquê sempre contigo ou em ti, porquê desnorteada sem o teu olhar?
Sou curiosa por natureza e tu fazes despertar o melhor de mim mas continuo sem perceber porquê...
E foi mais uma vez que não te disse que te amo, mais uma vez que não verbalizei numa só palavra todas as infinitas respostas certas para a pergunta que não me atrevo a fazer-te. Porquê? Porquê este mutismo involuntário, porquê tudo num olhar?
E porquê a incompreensão?
Porquê pela primeira vez a interrupção da procura sem resposta e a continuidade do sentimento?
Porquê cada vez mais forte, porquê..?
Porque sim. E afinal por que não?

Je m'ai pris à rêver (un autre fois)...

Selfish


So you love me. You love me, like you did yesterday, today morning and five minutes ago. Everyday you say it, no matter how hard it is, just to make me feel better, and I do. Those words, coming out of your mouth, are my ultimate Turn-Smile-On switch.

But today I don't care. I know you just want to make me feel better but today I just want to be left to cry (or die) alone. I need to be selfish, just once, just today, just this little bit...

Everyday I let myself pass by. Everyday I overlay my problems to help you dealing with yours. Every damned day I forget that I also exist, not only my love for you. Well, no more. Not today. If I can't take 5 minutes for my own on a regular day, I'm taking this sad one for myself!

My house feels like a morgue, and she ain't even dead (God-or-whatever-force-that's-up-there forbid!) and I'm sick of it all. I'm sick of all the peolpe, of all the compassion, of all the stress, of all the tears, of all my "just keep acting tuff and smiling, Ninii"! What's the point in faking it anyway?!

01/February/2009