Névoa

Corro. Possuída por uma força mais do que eu, tomada por inteiro por algo que não sabia existir, mas que começo a amar. Sinto cada poro aberto, cada gotícula de sangue quente injectado nas veias, como que flechas apontadas ao coração.
Acelero. Mais rápido do que achava conseguir, e cada vez mais veloz. Mais e mais. Mais célere que o vento, tão rápida que não sinto já a chuva que me fustigava em rajadas. Mas quem me conduz assim, para lá de mim própria, como uma marioneta? Movo-me para além do tempo e do espaço e acelero... Acelero mais ainda, mais do que cria humanamente possível... Pois não sou humana já. Extrapolei-me de mim e do coração que batia qual cérebro de uma qualquer máquina infernal. Sou agora névoa. Esta bruma que percorre a noite veloz, que te procura no centro da tempestade, sou eu. E sou plena! Sou mais do que alguma vez desejei ser e cada pedaço do meu ser repentinamente se enche de júbilo e prazer! Mas... Será? Sim! Vejo-te! Ainda como névoa e mais do que eu te cerco e num abraço cerrado te escudo da tormenta até que... tudo cessa. A tempestade desapareceu, a chuva não fustiga já, o vento já não assobia por entre os ramos quebrados e as fragéis folhas das àrvores, eu já não corro...
Regresso a mim, renascida como se nunca antes tivesse vivido. Até o sangue que fazia o meu coração bater não corre já, rendido também a esta imobilidade causada pela tua simples presença, pela luz que emanas.
Liberta já do que fui, vejo tudo de uma outra perspectiva, mais nítida. Olho para a distância, para o horizonte, para o lodaçal onde achava que estava bem, de onde corri, de onde me salvaste...
Acorrento-me assim a ti, e tu a mim, esquecendo o resto do mundo e o que fomos. Agora, somos o Fogo que nos enche o coração, somos a Àgua que chove em nós, Somos a Terra que pisamos e o Ar que respiramos. Somos Vida, somos Eternidade! Somos um só corpo e um só coração, meu anjo... Um dia...

Ti turo@

"If" by Rudyard Kipling

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:

If you can dream--and not make dreams your master,
If you can think--and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools:

If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"


If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings--nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And--which is more--you'll be a Man, my son!


Or a damn woman!!

A Efemeridade da Eternidade









Disseste-me "para sempre" e eu, ingénua por uma vez, acreditei. E à luz dessa ilusão me revesti de sonhos de um futuro a teu lado e de queridas memórias por acontecer.
Depois, tudo se despedaçou; os sonhos, as memórias (as do passado e as do futuro), e eu... E foi enquanto as lágrimas eram derramadas nos pedaços de nós que me apercebi o quanto ingénua fora ao crer nas tuas vãs promessas. Não que tenhas mentido voluntariamente ou que me quisesses magoar, não creio que fosse por crueldade que o fizeste. Simplesmente não sabias o que dizias. Nem tu, nem eu, nem ninguém, pois quem promete a eternidade baseia-se apenas num sentimento efémero do presente e em vãs esperanças de que ele se mantenha. O que depois se descobre é que a eternidade, aquele "para sempre" proferido tão convictamente, tende a escapar-nos por entre os dedos das mãos quando menos esperamos. E que o Amor, esse sentimento volátil, sobrevive apenas na luta diária por ele mesmo e às vezes as palavras ditas no fulgor da batalha são desprovidas de significado na derrota.
No entanto, continuamos credulamente, derrota após derrota, a prometer-nos na eternidade. Mas eu sou diferente. Eu já não o voltarei a fazer.
A dor a que chamo tua (pois é-te devida) mudou-me ao ponto de já não reconhecer a imagem no espelho. Perdi toda a emoçao, todo o sentimento. Tornei-me uma sombra do que fui e, como tal,distante, fria... Não me digno a sentir, não sei já esperar e temo sonhar.
Levaste-me contigo. A minha alma deve certamente ter-se perdido na eternidade pois tenho consciência da opacidade dos meus olhos. Dizem-me que perdi o brilho que neles tinha. Eu só sei que te perdi, que perdi a eternidade.
Mas a eternidade é relativa....
Serei eu a única a aperceber-me da efemeridade da eternidade?

Preciso de citar nomes?

Errei.
Voltei a errar, e voltei a fazê-lo por ti.
Mas desta vez apercebi-me do erro antes de o cometer. Mesmo assim prossegui, quase heroicamente, inconsciente de que este seria o ponto de viragem, depois de tanto indignamente o esperar.
Mudei, portanto.
E essa mudança, que tanta vez tinha prometido a mim mesma, por me ser externa, trouxe com ela muito mais do que tinha desejado. Trouxe uma total ausência de sentimento quanto a ti, criando em mim uma aparente apatia de que não me consigo libertar, por mais que tente. E a falta de reacção à tua visão é o que mais me transtorna, pois ao ver-te sou transportada para fora de mim, quando antes era-o apenas para junto de ti.

No Magic Without You

Sorry, but I don't have a magic wand
Or some kind of fairytale powder,
No creepy power from beyond
And I cannot shout it any louder.
How can you expect me to make it right
If you just can't stop picking up a fight?
Girl, I told you I ain't no faerie or witch
And it won't work if you keep being a bitch!

Chorus:
I have no magic in me
Except the love that I give to you
Baby you just have to see
This is a thing for us two
And I can't make it without you!

I'm trying to correct our every mistake
And the more I fix, the more you break
Without you I can't make it right again
'Cause you don't need me so it's in vain
I'm getting tired of finding ways to say
That I need you, please don't go away
So maybe with this song I can tell,
Maybe this way I finally open my shell
Repeat Chorus

You know it's passing us by,
Our last opportunity to fly
It's almost gone forever,
Our final chance to get better
So please help me to fix us,
Don't even try to discuss,
You know we need this...
So will you help me please?

Repeat Chorus

Just so you know
There's no magic in me,
Not without you...

Flaws

I'm not sure if I'm still yours to you and I know I never was a star but now I know you weren't too. I'm slowly finding out every flaw of yours, every little mistake in you, and what's worse is that I love every damn flaw, every stupid mistake! Instead of making me hate you or installing some more distance between us, it's approaching me to you 'cause this probes to me you're human, you're just like me. You're not flawless has I tought you were and I love you more for that! Every suffocating day away from you I fight to get back, I try to show you what I still feel but still you run furtherer and harder from me. What else can I do? I did everything I could for you and you either ignored it or despised my effort. This was a work for two and now you're gone. Howevwe, how could I try to get back what you say was never there? I lived every second beside you as the best reality possible and now you say it was a lie. I always gave in to you but no, not this time! 'Cause the one thing I know today is that WE were real. Maybe we're not anymore, but I'm damn sure we were and you won't take THAT from me (also)

Não consigo dormir. Outra vez. Pela última vez.
Faço uma derradeira tentativa e fecho os olhos até me doerem.
Hoje a Dor é pior, apenas porque é a última vez...
Penso incessantemente: "Deixa-me, solta-me!"
Mas tu não vais, tu não me abandonas!
Nem hoje, nem amanhã, nem nunca

Mas esta noite é diferente das outras, sinto-o.
A minha pele arrepia-se apesar do calor infernal
Está a acontecer, é agora. Finalmente, sinto-o!
O Corpo sofre, a Mente dói, a Alma arde tão fugaz
Mas o coração rejubila pela libertação tão esperada
E num lampejo recordo tudo o que amanhã serei capaz

E então acontece. Deixo de respirar.
Num momento me assola, me isola, me prende
Aquilo que me tinha proibido de esperar
Torna-se neste momento a minha realidade
É o Impossível, é o Ying. É tudo.
Num só golfejo tento aspirar a liberdade
E só então me dou conta de que
Sem ti sinto ainda e ainda respiro!
Vivo, vivo sem me sobreviver
Apenas e só a ti sobrevivo...,
E faço-o sem mais o tentar
O impossível materializa-se esta noite
E eu incrédula assisto-me a mudar.

Hear that?


Gosto tanto do teu olhar quando com ele me queres dizer "Amo-te mana"... É tão intenso, tão único, tão forte... Há dias que sem ele não saberia avançar, e tu sabes isso tão bem como eu e nenhuma de nós o tenta já esconder.

Mas o que eu realmente adoro é quando o teu olhar me diz "Quero odiar-te!" Adoro a impotência que revela, adoro a tua desprotecção para comigo e adoro todo o Amor que me mostras... Aí é que consigo realmente ver que me amas. Ultimamente, só mesmo nessas alturas.

Mas também te amo! E é isso o mais estranho, o mais estúpido, a mais forte forma de masoquismo que conheço e alguma vez experimentei! E ainda pior que isso, é o quanto eu gosto disso, o quanto sou dependente de TUDO o que me fazes sentir, bom ou mau... E tu cada vez mais me pões de parte, mesmo sem te aperceberes. Mas não quero saber. Amo-te e nada nem ninguém nos vai separar mana (pelo menos até Setembro...)

... (nice title hã?)

Hoje consegui dormir 4 horas seguidas! Tomei "aquela-porra-que-me-faz-e-que-não-devia-tomar" mas dormi! Estás contente agora??
Tudo o que me dizes é para descansar, já nem falas comigo... Conversas banais ou "Vens buscar-me?", mais nada! Contentas-te em me dares a mão enquanto morro lentamente a teu lado, sem reparares. Começo a duvidar ter tomado a decisão certa... Se o tivesse escolhido tudo seria tão mais fácil! Ele ainda aqui estaria e tu... Bem, tu estarias de certeza melhor.
Vemo-nos todos os dias mas há já tanto tempo que não estamos realmente juntas! Todas as vezes que preciso de ti e vou ter contigo não suporto estar a teu lado, soa tudo tão falso! E, se não te consigo fazer realmente sorrir, para quê estar contigo?


Mas tenho saudades tuas... Porque quando não estou contigo, continuas a ser a minha mana, aquela que eu não consigo deixar, que me prende com uma mão enquanto me afasta com a outra... Aquela que eu amo!

Já te imagino a ralhar comigo e a lançar impropérios para o ar quando leres isto. Sim, eu sei que fiz mal. Não te quero magoar mas tu preocupas-te demais comigo, maninho! Já sou grandinha, sei tomar conta de mim... Devias fazer mais como ele... Amo-o tanto que por vezes sinto que tudo o que há em mim é Amor por ele! Há momentos em que sinto que o mundo deixaria de girar se eu não o abraçasse... E ele não faz ideia...

"Estou bem!"

No silêncio de mais uma noite te procuro, e em mais uma noite tu não estás lá... Já perdi a noção de há quantas noites dura este cansaço, esta dificuldade em dormir sem te ver, este desconforto em ser sem ti.

Será que foi assim há tanto tempo? Aquelas noites em que sabia que lá estavas sem ter de procurar, aqueles momentos a contar estrelas em teus braços, os dias de felicidade apenas porque sim, aqueles sorrisos como se não houvesse mais mundo à nossa volta... Eras só tu, sempre tu, lá. A minha vida eras tu e mais nada nem ninguém e eu não me importava, eu queria, eu gostava! Mas agora estou desprotegida, frágil como nunca antes e começo a considerar a hipótese de se estar a tornar realidade a promessa que te fiz naquela noite na praia.

Preciso de ti cada vez mais. Quero as estrelas dos teus olhos outra vez, quero só mais um segundo, quero-te, preciso-te, amo-te (ainda).

Mas esta noite não estás e sei que não mais voltarás a estar... Tudo o que me deixaste foram memórias e cicatrizes nos meus braços. Até as estrelas já não brilham como brilhavam, até o Sol se esconde ao ver que a perfeição deixou de ser tão perfeita...

(Sempre cumpri as minhas promessas... E vou cumprir o que te prometi)
23:55 - deitei-me e virei-me para dormir.
Os olhos ardiam-me... O senso comum mandava-me lacrimejar e eu, sem pensar, obedeci.
Foi-me estupidamente fácil começar a chorar; pensei em ti. Bastou-me lembrar de um só momento em que me arrancaste um pedaço. Doeu...
Tentei logo parar a torrente de memórias, voltar à segurança da razão, mas foi-me impossível. A cada imagem misericordiamente desvanecida outra se sobrepunha sem pedir licença, tão nítida como se a vivesse pela primeira vez. Cada uma delas trespassava impiedosamente a minha declarada indiferença e as minhas defesas, arrancando-me lágrimas que choviam jocosas sobre a minha máscara já caída, não me permitindo parar para respirar fundo ou respirar fundo para parar. Neste desespero percorri involuntariamente todos os segundos em que mordi o lábio para engolir as tuas estocadas, os minutos que bastaram para me matar sem que te apercebesses, todos os momentos em que chorei sem lágrimas que pudesses ver...
Sucumbi então ao silêncio e às exigências do coração e meditei inconscientemente (se tal for possível) nos verdadeiros significados de ilusão e desistência... Chorei lágrimas de dor e de saudade, de amizade e de Amor, por ti e para ti, até que finalmente a insegurança da desprotecção e a ardência das memórias do coração, em comunhão com a exaustão, me avassalaram por completo e tomavam-me já por garantida quando subitamente as lágrimas estancaram - acabaram-se as memórias.
Lentamente limpei as lágrimas da minha força e num ápice se deu a recuperação! A fraqueza era agora força, a amargura deu lugar à alegria, a vulnerabilidade era segurança interior e as lágrimas tinham-se transformado num sorriso qual metamorfose de borboleta... Apenas porque olhei para o relógio e dirigi a um outro alguém um pensamento de bom dia - o mostrador dizia 6:45.

P.S: Obrigada por lá estares mesmo quando não estás mana @ És a minha força <3 Amo-te!

"Olha uma borboleta!"


"Olha uma borboleta!"
"Pois é... Que bonita!"
"Porque é que ela não voa?"
"Tem uma asa partida..."
"... Que posso fazer? As asas das borboletas não saram... Descansa, borboleta, não te vou deixar sozinha!"

Acordei com um sorriso (primeira vez em muito tempo), e, acreditando eu na simbologia dos sonhos como acredito, tive urgência em ver-te, por isso fui esperar-te.
Começo a odiar ir. Aquilo é um antro de tentação, um rodopio de cores e cheiros e possibilidades... O fumo do tabaco, luxúria... E eu resisti a tudo isso. Resisti porque estava à tua espera. É uma provação que aumenta cada vez que venho, tentando quebrar-me, quando eu não me importo de o ser. Vou ceder. Mas não hoje, não aqui, não enquanto te espero.
Vi-te, comecei bem o dia, ms o estúpido do sonho e do seu significado não me sairam da cabeça o dia todo!
Agora já é noite. Não vou escrever sobre as estrelas e a Lua ou sobre quanto te amo. Vou apenas prometer-te cuidar bem da borboleta e não a deixar sozinha.

Escolhi


Fizeste-me escolher.

Quiseste assim, encostaste-me à parede, deste-me a escolher, e eu escolhi e tu fodeste-te. E o que ganhaste com a tua estupidez? Magoaste-me, magoaste-te, e agora dou comigo a morder o lábio para não chorar ao ver-te...

Sim, fodeste-te. Perdeste o que mais amavas no mundo, a tua razão de viver, como dizias. No entanto ainda vives, e cada vez melhor ao que parece...

Eu ainda te amo, sabias? Foste parvo, foste estúpido, burro, um grandessíssimo cabrão, e todos os outros nomes de que me vou conseguindo lembrar, mas amo-te mesmo assim e não creio que alguma vez deixe de o fazer (Se fosse a ti riscava essa hipótese, não é verdade?) E dói quando passas por mim como se não me conhecesses, quando finges que não sou ninguém para ti e ambos sabemos o que t(iv)emos. Dói mais do que discutir contigo todos os dias (discutindo sabia que era alguém, é a incerteza que me mata), mais do que me teres obrigado a escolher, mais até do que ter escolhido... Mas dói ainda mais fingir que não me importo com isso!

Mas já não falo de ti, sabes? Já deixaste de ser o meu tópico principal (e preferido) de conversa, agora reprimo-te. Faço por ignorar o teu nome sussurrado na minha cabeça a cada segundo, tento calar esse grito incessante do coração em meu sangue, a fluir em mim, a querer sair por cada poro da minha pele. Tento abafar todas as comparações a ti (que no fundo são inúteis...), tento até pôr um sorriso quando as minhas tentativas são falhadas. Aí, encolho os ombros descontraidamente e finjo (também eu) que és ainda menos que ninguém, que és apenas mais um, igual a todos os outros. Mas sabes que mais? Não vale a pena fingir.

Porquê?

"Porquê? Porque te amo?" Pergunto-me todas as manhãs quando o meu primeiro pensamento consciente te alcança, pergunto-me sempre que te vejo, fisica ou mentalmente (e acredita que feitas as contas são muitas as vezes) e me deparo com um sorriso e uma aura de Amor sincero e inocente. Não o pergunto num sentido prejurativo ou depreciativo, mas sim no sentido natural da pergunta: o da incompreensão. E é com esta incompreensão a fazer-se notar em todos os meus gestos, a transpirar em cada palavra minha, que me vou perguntando porquê... Porquê este Amor, porquê esta dependência, porquê tão voluntário?
Envio-te um toque de saudade e logo atiro os braços e sempre a mesma pergunta para o ar: porquê? Porquê a renúncia dum sorriso na tua ausência, porquê o fim do Mundo para mim, porquê perdida em e sem ti?
Os meus olhos tocam-te, banham-te ternamente, tão ternamente como lágrimas de um amante chovendo de uma estrela sobre a aurora, e inundam-se de contentamento e felicidade arduamente contida. Mas porquê todo este orgulho e Amor mal disfarçados?
Sorris-me calorosamente. Ganho um sorriso e uma repetição mental: porquê? Porquê toda esta felicidade em mim, porquê este esquecimento natural?
Um leve beijo em tua face e um desejo inocente de mais. E a pergunta, sempre a pergunta... Porquê esta necessidade de te ter em meus braços, porquê esta incapacidade de te largar?
É mais um dia em que me acalmo com a tua presença, mais um para o qual só me sinto preparada porque tu me fazes forte. Mas porquê esta fraqueza sem a tua mão, porquê sempre contigo ou em ti, porquê desnorteada sem o teu olhar?
Sou curiosa por natureza e tu fazes despertar o melhor de mim mas continuo sem perceber porquê...
E foi mais uma vez que não te disse que te amo, mais uma vez que não verbalizei numa só palavra todas as infinitas respostas certas para a pergunta que não me atrevo a fazer-te. Porquê? Porquê este mutismo involuntário, porquê tudo num olhar?
E porquê a incompreensão?
Porquê pela primeira vez a interrupção da procura sem resposta e a continuidade do sentimento?
Porquê cada vez mais forte, porquê..?
Porque sim. E afinal por que não?

Je m'ai pris à rêver (un autre fois)...

Selfish


So you love me. You love me, like you did yesterday, today morning and five minutes ago. Everyday you say it, no matter how hard it is, just to make me feel better, and I do. Those words, coming out of your mouth, are my ultimate Turn-Smile-On switch.

But today I don't care. I know you just want to make me feel better but today I just want to be left to cry (or die) alone. I need to be selfish, just once, just today, just this little bit...

Everyday I let myself pass by. Everyday I overlay my problems to help you dealing with yours. Every damned day I forget that I also exist, not only my love for you. Well, no more. Not today. If I can't take 5 minutes for my own on a regular day, I'm taking this sad one for myself!

My house feels like a morgue, and she ain't even dead (God-or-whatever-force-that's-up-there forbid!) and I'm sick of it all. I'm sick of all the peolpe, of all the compassion, of all the stress, of all the tears, of all my "just keep acting tuff and smiling, Ninii"! What's the point in faking it anyway?!

01/February/2009

Pensamuitos!


Acabei de sair do banho. Estou mal. Pensei demais. Penso sempre demais no banho. É onde consigo estar sozinha. E gosto de imaginar que todos os pensamentos e problemas são levados pela água... Um dos poucos prazeres que ainda me permito satisfazer.

O quarto está escuro. Não me apetece acender a luz.

Estou cansada. Vou deitar-me, só um bocadinho. O resto pode esperar.

Não vejo o tecto, não vejo nada. Ainda bem. Assim não tenho de ver espelho nenhum.

Estou tão cansada... Sinto-me fraca.

A apatia invade-me.

Só me apetece chorar, morrer de vez...

Voam três caixas de comprimidos pela janela.

Merda.

Está quase na hora de os tomar, vou ficar insuportável.

Azar.

Aquilo faz-me mal, não é Victor? Pois vais voltar a ver o que nunca quis que visses, vais ver-me. E vais lembrar-te que sou mortal, efémera. Sou algo terrível que ninguém devia amar, quanto mais tu...

Onde é que eu arranjei força para me levantar?? Deve ter sido a fúria. Vou deitar-me outra vez.

Merda, tenho frio. Devia levantar-me e ir buscar uma manta ou um agasalho. Azar, pode ser que morra de hipotermia e ficamos todos bem.

Sim, até tu, mana. Mesmo que doa, as borboletas um dia aprendem a voar sem ajuda, sabias? Basta terem coragem e acreditarem nelas próprias.

Eu também devia acreditar.

Devia ser corajosa como me disseste para ser. Mas eu não sou tu, Luís. Tu é forte e eu não. As coisas que tu aguentas... Chego a pensar que és uma ilusão. Segundo a lógica, não podes ser real. Mas eu nunca fui muito lógica... Isso é com a Carla. E a tua mão na minha não pode ser ilusão. Sabias que eles pensam que estou "assim" por teres ido?

Que parvoíce. Se fosse só isso, era fácil!

Se fosse só a dor da ausência dele não estaria a definhar lentamente.

Não aguento tanto peso nos meus ombros! Deixem-me sair daqui!

E se... Será que posso sangrar até à morte? Posso, claro que posso. É isso. Vou deixar tudo escorrer de dentro de mim...

Não! Pára, Marina! Respira fundo... Tens quem precise de ti. E prometeste-lhe que não fazias merda.

*Marina!*

Merda que é que esta quer de mim agora??

*Vem cá. Já!*

Deve ser para lhe limpar o cú.

É melhor ir...

Fica para outro dia.

Fuck it... Fuck me (no mau sentido...)


Tento escrever e a única coisa que me vem à cabeça é "Fuck this fucking world!"...
Tento exprimir toda a frustração que sinto, todos os problemas, toda a saudade, todas as asneiras que tenho feito (desculpa) e simplesmente não consigo pensar! Este cansaço que me abate e me derrota aos poucos prende-me à ilusão de que um dia vou acertar! Esforço-me, trabalho árdua e incansavelmente porque sei que um dia vou conseguir! Um dia vou levantar-me e gostar que gostes de mim! Um dia vou ser digna e vou deixar-te entrar!
Damn, who am I kidding?? That's so never gonna happen... "I'm unworthy, I can see you're above me..." Ela sabe sempre como me animar com as suas palavras...
Mais um daqueles momentos em que a minha mente está vazia, exceptuando os pensamentos que te dirijo, os desejos que secretamente desejo que ouças (mas não existe a telepatia à distância, pois não?). Sim, tu estás permanentemente presente, mesmo à noite, quando mais longe me encontro de mim. (Pronto. Comecei a escrever. E agora como paro?) Nem aí me abandonas, nunca consigo simplesmente não pensar em ti. Tento estar com eles (socializar...) e logo tu ou os meus problemas (incluindo os que me causaste. Como é possível adorá-los?) me inundam, me afogam e arrastam para longe, tão longe... E ela fica magoada, e magoa-me. E eu finjo que não me importo. (Tenho de parar de escrever! Estou a ir demasiado fundo!) Respondo-lhe mal e afasto-a quando a adoro e só quero abraçá-la e pedir-lhe desculpa... Mas tornei-me fria. Transformei-me nesta espécie de cubo de gelo insensível e (aparentemente) imune, até a mim própria. E estou cansada. Tão cansada...
Tenho de fugir. Tenho de me afastar do Mundo. Tenho de quebrar esta ligação com o real (a realidade dói!) e render-me mas não consigo deixar de lutar... Com e contra o real, comigo e contra mim, sempre contigo... Nunca gostei de discutir contigo sabias? Magoas-me e ficas magoada. E à noite deixo cair a máscara de gelo (tenho mesmo de parar!) e a preocupação e culpa em forma de lágrimas. (vou pôr um ponto final neste texto antes que me arrependa) E na manhã seguinte volto a edificar um muro à minha volta, que "altaio" de dia para dia. Daqui a pouco tempo já não conseguirei ver para fora e, aí, encontrar-me-ei perdida (em ti?) e estou cansada de lutar contra mim! Tenho medo de lutar (Já chega! Acabou! Nem mais uma letra!) mas tenho mais medo ainda de perder ou, pior ainda, de desistir... Preciso de continuar, preciso de cumprir o que te prometi, preciso de estar à tua espera quando chegares, preciso de estar (para sempre!) aqui para ti! (Engraçado... Não, não é um cão. Mudei de sujeito três vezes na mesma frase, sem mudar de sujeito)
I'm putting an end to this charade... (Yes, just the text! Don't worry, the day I give up you'll know) and...
...Fuck this fucking world!