Não esperes

Sabes, ando (como sempre) a pensar em ti... Fazes-me falta. Provavelmente mais do que imaginas.
Ontem zanguei-me outra vez com ele porque não se lembra de ti. Como pôde ele esquecer-te?? Como é que ele conseguiu? O teu sorriso não me sai da cabeça. E não há um dia em que não me lembre da última vez em que te vi chorar... Choravas porque ias embora, sei-o agora. Porque não mo disseste? Preferiste manter-me em ignorância, e a pensar que era por minha culpa que as lágrimas te rolavam pela face... Ainda tenho medo do que senti, daquele sentimento de impotência, Amor e culpa dentro de mim...
Ao despedires-te levantaste a cabeça e sorriste. Ainda tinhas o rosto molhado mas conseguiste tranquilizar-me como sempre fazias. Disseste que tudo iria correr bem, que ainda tínhamos muito tempo juntas, que iríamos envelhecer juntas... Mentiste-me. Mas foi a primeira e última vez. Às vezes desejo que também ela tivesse mentido. Sonho que ela me dizia que estavas bem, feliz nalgum canto do mundo sem mim...
Nunca consegui conciliar os meus sonhos contigo e a minha vida sem ti. Cada dia é um tormento, cada passo um suplício e cada noite uma nova morte, apenas para renascer no dia seguinte tentando sorrir para não adormecer (outra vez) a chorar... Temo o dia em que já não tentar sorrir. Aí irei ter contigo. Não é preciso esperares muito mais... Amo-te.